Você já pensou em fazer um picnic com seu gato? Levá-lo ao parque, à praia, visitar seus familiares ou mesmo ir à padaria? É possível.

Se há 1 ano me propusessem isso, acredito que eu surtaria, afinal, lugar de gato é dentro de casa, em segurança. Que bom que podemos nos abrir aos novos conceitos da medicina veterinária em reconhecer a validade desses passeios, desde que o felino esteja vacinado e vermifugado.

Não se trata de dar ao bichano acesso à rua – o passeio é na coleira, supervisionado. Deste modo, não há risco de fuga ou atropelamento, o gato anda ao lado do tutor. O lugar deve ser calmo, com pouco movimento de carros, buzinas, e poucos cachorros.

Em alguns países da Europa é comum observar gatos andando na guia. No Brasil, este passeio vem ganhando adeptos. Primeiro porque reforça um comportamento nato do animal que é explorar, combate o ócio, e ainda, previne a obesidade. Segundo porque é um momento de interação com seu tutor.

É uma experiência única ao animal permití-lo:

– andar no asfalto;

– escalar uma árvore no parque;

– ver pássaros de tão perto;

– sentir cheiros, ouvir sons;

– pisar na grama;

– seguir formiga no chão;

– estar em contato com a natureza;

– brincar com folhas secas;

– socializar com pessoas, e, outros animais.

O gato explora a medida em que exerce seu instinto natural de caça, como faziam seus ancestrais. E, cada vez que reforçamos comportamentos ancestrais, garantimos saúde ao nosso animal. Além disso, eles são arborícolas (da espécie que sobe em árvores). Passear com gato é diferente de passear com um cachorro. A frequência varia entre 1 ou 2 vezes por semana; tem duração menor, em média 20 minutos. Ele anda, para, olha, sente cheiros, escuta sons, analisa o lugar. É assim mesmo. Por vezes vai caminhar e deitar no chão; faz parte.

No primeiro dia em que se introduz o peitoral o gato certamente estranha, provavelmente pula ou tenta tirá-lo. Por isso existe uma estratégia ao acostumá-lo: coloque a guia enquanto ele estiver comendo sachê. Deixe por 20 minutos. Repita 1 semana. Faça associações positivas, ofereça um petisco assim que tirá-la. Quando ele já estiver acostumado com o peitoral, é momento de abrir a porta e deixar que tenha curiosidade em sair. Chame-o, mostre o local, vá na frente, jogue um petisco no chão – mas jamais o force ou puxe a guia. Ele precisa se sentir seguro para sair de casa.

Nos primeiros passeios, o rabo abaixado do gato demonstra desconfiança, mas curioso o felino segue; alguns miam comunicando-se com o tutor. Se alguém parar para fazer carinho ou conversar, interaja. Aproveite esse momento de lazer com seu bichano.

Outra opção é levá-lo na caixa de transporte até o parque, já usando a guia. Sente na grama, coloque a caixa no chão, abra, e, espere que ele queira sair. E, não é só abrir a caixinha – tem que esperar o tempo dele em cheirar, olhar, escutar, pensar… e, só depois querer explorar o lugar. Se o seu passeio se limita a passear no hall do prédio ou escada, já vale demais. Há muitas experiências sensoriais.

Quando retornar à casa, não precisa de maiores cuidados, nem banho. Limpe a patinha se sujar com terra ou passe álcool em gel, próprio para pet. Eles ficam completamente relaxados e agradecidos, parece que participaram de uma maratona. 

Se o passeio é para todos os gatos? Não, nada é para todos da espécie. Mas, que possamos nos abrir para essa exploração, para uma vida normal com nosso felino. Doenças? Não tenham medo, tutores – eles adoecem, inclusive dentro de casa. Entretanto, qualquer acesso à rua precisa, necessariamente, ser supervisionado e controlado pelo tutor, e – obrigatoriamente – na coleira (guia).

Ronrons,

Doralice Goes

Consultora do bê-a-bá felino

@miando123

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